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Sindicato realiza debate qualificado sobre a LGBTQIAPN+fobia

A Campanha REAJA!, idealizada pelo SINDJUSTIÇA, realizou no último sábado, 24, no Clube Recreativo, debate sobre o tema “Sexualidade: amor, orgulho e liberdade”, com a participação de convidados da comunidade LGBTQIAPN+, que falaram sobre orientação sexual e preconceito na nossa sociedade. Participaram a ativista Sônia Cleide, a professora e comunicadora Juliana Fraissant Caetano, o médico endocrinologista Guilherme Andrade e o ativista e policial rodoviário federal Fabrício Rosa.

O debate foi mediado pelo professor e servidor da Justiça Leonardo Silva, que também é ativista do movimento LGBTQIAPN+. Para abrir o diálogo, ele recitou uma poesia de sua autoria sobre orientação sexual de uma perspectiva íntima a partir da descoberta, do preconceito e da formulação da resistência. Durante o evento, o artista plástico Selvo Afonso pintou uma tela retratando a transformação e a liberdade, que foi doada para o trabalho realizado por Fabrício Rosa. Você pode conferir na íntegra todo o debate no nosso canal no Youtube.

A ativista Sonia Cleide, que também é fundadora do Malunga, contou das primeiras discussões dentro do grupo, ainda na década de 1980, sobre o lesbianismo. Mas o primeiro enfoque foi a saúde reprodutiva feminina e o direito de escolher ter filhos e com quem se relacionar. “A gente não tinha espaço de fala, tinha que entrar no padrão, seguir e pronto. Quando começamos esta discussão, as fundadoras eram todas muito católicas. Assumidamente, só tive eu”, explica ela. Ao longo da vida, a mudança de religião e a sexualidade assumida foram alvo de preconceito, inclusive da família. “Junta a discriminação por ser negra, ser lésbica e ser mãe de santo. As pessoas se afastam mesmo”.

A descoberta da bissexualidade pela professora Juliana Fraissant foi compartilhada por ela com todos os desafios de estar em um lugar pouco conhecido pela maioria das pessoas. “O Brasil é um país racista, misógino, e descobrir a sexualidade neste cenário é difícil.” Ela falou da importância de pessoas, como Sônia Cleide, que pavimentaram um caminho para que ela pudesse lidar com suas descobertas de forma mais segura. “A potência é desejo. E não pode estar resumida a dois gêneros e a uma única expressão sexual. É muito pouco, a gente é muito diverso.”

Já o médico endocrinologista Guilherme Andrade compartilhou sua experiência profissional e ressaltou a necessidade da Medicina e dos profissionais se prepararem para atender a comunidade LGBTQIAPN+. “Comecei a me atinar para essa necessidade ainda na faculdade. Vi que isso poderia ser muito interessante, faço parte deste mundo e acolher essas pessoas, reduzir as barreiras que elas enfrentam na busca pelo atendimento à saúde é fundamental”, explica ele, que atende pacientes trans em seu consultório e espera voltar ao SUS para trabalhar nesta área.

O policial e ativista, Fabrício Rosa, falou dos desafios da comunidade e das lutas de quem empunha a bandeira LGBTQIA+. Ele é um dos organizadores da Parada do Orgulho em Goiânia e atua politicamente contra o preconceito e a violência da qual a comunidade é vítima. “Eu acho que lugares como este, do SINDJUSTIÇA, reverberam essa possibilidade de não morrer, de permanecer vivo e é importante fazer parte destes lugares de resistência”, falou ele, lembrando que é essencial que os trabalhadores da Justiça estejam alinhados com as demandas e as necessidades das pessoas LGBT. “Nós queremos amor, carinho e política pública”.

Presente ao evento, junto à diretoria do SINDJUSTIÇA, o presidente da entidade, Fabrício Duarte ressaltou a qualidade do debate e a possibilidade de aprender com vozes múltiplas. “Vocês enriqueceram muito esse nosso caminho, essa nossa jornada”, afirmou ele para os participantes. Fabrício lembrou que é impossível saber o que o outro passa e que devemos respeitar e lutar contra qualquer tipo de intolerância.

A LGBTQIAPN+fobia foi escolhida como tema da campanha REAJA! no mês de junho, que é quando é comemorado o Dia Internacional do Orgulho LGBT.  Durante todo o ano de 2023, o SINDJUSTIÇA está promovendo atividades e adotando medidas voltadas ao combate ao preconceito e ao assédio, em todas as suas formas, no âmbito do Poder Judiciário.  Os próximos temas serão assédio moral e sexual no trabalho (agosto); capacitismo (setembro); etarismo (outubro); e racismo (novembro).


Fonte: Assessoria de Comunicação do SINDJUSTIÇA | Ampli Comunicação
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