Com 23 anos de Tribunal de Justiça de Goiás, sendo concursada desde 2006, Maria Nilva Fernandes da Silva Moreira coleciona histórias e experiência, o que lhe rendeu há oito anos reconhecimento: ocupa o cargo de diretora da Divisão Interprofissional Forense da Corregedoria Geral da Justiça de Goiás. E para além da posição conquistada, é uma líder altamente competente aos 60 anos. Mas nem sempre é essa a primeira imagem que passa. Mesmo com um currículo invejável, já ouviu muitos gracejos”por causa da idade.
Há poucos dias, conta, uma colega afirmou que acreditava que pessoas da “velharia”, como ela, deveriam se aposentar e dar lugar para pessoas mais novas, porque velhos são antiquados. “Fiquei muito constrangida e algumas pessoas fazem isso abertamente”, afirma.
Para Nilva, que se orgulha dos 60 anos e da sua trajetória profissional, três pontos são a causa principal do etarismo na nossa sociedade: a cultura, a falta de maturidade e a falta de empatia. “Se você não for morrer jovem, vai ficar velho. E com o sistema previdenciário que temos, vai ficar velho trabalhando.”
E por isso ela acredita que seja importante pensar na velhice e planejar este momento da vida. “É da cultura ocidental não valorizar os saberes e as vivências”, destaca Nilva, lembrando que poucos colegas mais velhos como ela estão em lugares de destaque no Judiciário.
Para se cuidar, Nilva faz academia com orientação de um personal e cumpre uma lista de autocuidados. E na sua equipe, todo mundo já sabe, se as coisas começam a ficar atropeladas, é hora de parar e respirar. É o ensinamento dela que tem funcionado. “A gente se ajuda, cada um de nós se sobressai em uma tarefa e dessa forma seguimos aprendendo”. É essa maturidade que não tem preço e que só o tempo trouxe para a servidora.
