A CASA DO SERVIDOR DA JUSTIÇA

Inclusão: os desafios do trabalho das pessoas com deficiência no Tribunal

A inclusão de pessoas com deficiência no ambiente de trabalho não é apenas uma medida de cumprimento de leis ou uma demonstração de responsabilidade social por parte das instituições, mas uma medida essencial para a criação de um ambiente diversificado, produtivo e enriquecedor para todos os colaboradores. No Tribunal de Justiça de Goiás, vários servidores têm algum tipo de deficiência e enfrentam os desafios de integração aos diferentes ambientes e equipes. A acessibilidade e o capacitismo são temas, no mês de agosto, da Campanha REAJA, do SINDJUSTIÇA, contra todo tipo de preconceito.

A analista judiciária Dayane Monteiro de Sousa Fernandes está há dez anos no TJGO. Atualmente lotada na Central Única de Contadores, conta que até chegar neste momento da sua carreira enfrentou várias dificuldades. Ela tem baixa visão por causa de uma doença genética e precisa de adequações para executar o seu trabalho. “Sofri preconceito quando cheguei, de acharem que eu não estava fazendo porque não queria, o que dificultava muito”, explica. Mas depois de conseguir ser integrada a uma outra equipe conseguiu ter condições de trabalhar e se sente melhor hoje.

Dayane empresta toda sua vivência para a Comissão Permanente de Inclusão e Acessibilidade do Tribunal de Justiça. O trabalho maior é divulgar a inclusão em palestras e ações específicas para todos os servidores. Uma das conquistas da Comissão foi a permissão para que Dayane ficasse trabalhando em home office após a pandemia.

Para servidores na mesma situação, Dayanne ressalta que a instituição está aberta e empenhada na inclusão das pessoas com deficiência. “A nossa instituição acredita na competência do portador de deficiência e tem procurado cada dia mais melhorar. Que os colegas não desistam. As barreiras que nós encontramos, quando chegam ao Tribunal, são resolvidas”.

Respeito

Daniela Ferreira Souza Soares, 42, é auxiliar do Judiciário goiano há 11 anos e, em 2021, desenvolveu uma síndrome rara que deixou sequelas. Ela perdeu um movimento do pé e a sensibilidade de uma das pernas, além de ser acompanhada por dor constante. A nova condição trouxe mudanças para sua vida pessoal e profissional.

No trabalho, a chegada tem sido o principal obstáculo. Nem sempre as vagas reservadas para pessoas com deficiência estão desocupadas e, muitas vezes, quem estaciona no local não é alguém que tenha alguma dificuldade. Quando isso acontece, Daniela acaba estacionando longe, às vezes tendo que usar escadas e aumentando seu tempo de locomoção e sofrendo com mais dores.

Ela tem sido ferrenha na batalha por garantir a reserva das vagas de PCD na sede do Tribunal e para o reconhecimento do trabalho pelos colegas. “O que eu faço não mudou, eu continuo tendo a mesma produtividade. Nem toda unidade e nem todos os colegas estão preparados para trabalhar com alguém PCD”, afirma Daniela. Na unidade onde está lotada, recebeu o acolhimento e a compreensão do gestor e de toda a equipe.

Dayane e Daniela emprestam suas vozes para a campanha REAJ!A e para falar que o capacitismo se expressa quando inviabilizamos a presença do outro nos lugares, seja pelo uso da vaga do estacionamento ou pela incompreensão com os limites e as mudanças enfrentadas pelas pessoas com deficiência.

Contra o capacitismo, REAJA!


Fonte: Assesssoria de Comunicação do SINDJUSTIÇA | Ampli Comunicação
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