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Psiquiatra fala sobre poder, assédio, discriminação e suas consequências no ambiente de trabalho

“O assédio tem relação com o poder e onde há excesso de poder há escassez de amor. O poder é o vício mais nocivo à humanidade”, disse a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa na palestra ministrada ontem (30/05), no Tribunal de Justiça de Goiás, encerrando a programação da Semana de Combate ao Assédio e Discriminação no Poder Judiciário Estadual.

Com o tema “Os Impactos Psicológicos e Emocionais Gerados pelo Assédio e Discriminação no Trabalho”, a psiquiatra mobilizou uma plateia atenta e interessada. O presidente do SINDJUSTIÇA, Fabrício Duarte, que acompanhou a explanação de Ana Beatriz, parabenizou o TJ, que por meio da Diretoria de Recursos Humanos, organizou o encontro.

Confira aqui registros do evento.

“Foi espetacular! Ana Beatriz exemplificou do que são capazes as pessoas para demonstrar poder e praticar assédio e perseguição. Importante destacar que a psiquiatra defende que a denúncia de assédio no trabalho precisa ter a garantia do anonimato e necessita ser de fato apurada. É exatamente o que tem defendido o SINDJUSTIÇA junto à Corregedoria-Geral de Justiça e que, inclusive, deu origem à campanha REAJA!, que estará em curso durante todo esse ano”, destacou o presidente do Sindicato.

Ana Beatriz Barbosa é uma das profissionais mais renomadas na área do comportamento humano, na atualidade. A psiquiatra destacou que o assédio é um fenômeno que existe desde que a humanidade começou a se formar. “Onde há grupos humanos tem sempre alguém que quer exercer mais poder. E o poder, além de trazer coisas tóxicas, vem com o apego. Aqueles que conquistam o poder não querem perder.”

A psiquiatra explicou a diferença entre assédio e discriminação e ressaltou que ambas provocam uma série de consequências para as vítimas. “A pessoa que é assediada ou discriminada sente o organismo em estado de alerta, o que pode levar a alterações psicossomáticas, comportamentais e psicopatológicas”.

Segundo Ana Beatriz, entre as consequências das alterações psicossomáticas que podem ocorrer com a pessoa assediada estão taquicardia, refluxo, cefaleias, dermatites e dores musculares. As comportamentais: irritabilidade, aumento de consumo de álcool e drogas, disfunções sexuais e isolamento social. E, ainda, conforme ela, as psicopatológicas: ansiedade, apatia, insegurança, melancolia, depressão e fobias.

A palestrante afirmou que é importante observar no ambiente do trabalho alguns sinais que podem ser motivados por assédio. “O ambiente começa a ter mais discussões entre os colegas, mais insatisfação, menos produtividade. Esses são sinais de alerta que temos que observar”, explicou ela ao pontuar características comuns da pessoa que assedia. “Há o narcisista, o autoritário, o inseguro e o competitivo ao extremo”.

De acordo com a psiquiatra, muitas pessoas acabam não denunciando os assédios. Ela lista os fatores, como o medo da retaliação, a preocupação com a reputação profissional, receio de não ser levado a sério e a incerteza do resultado da denúncia. No entanto, reforça que há estratégias para encorajar a denúncia, que devem ser adotadas pelas empresas e instituições, como canais de denúncia confidenciais, políticas claras e eficazes, divulgação ampla das políticas e apoio psicológico.

Se você é vítima de assédio no TJGO, denuncie: (62) 3216-2393.


Fonte: Assessoria de Comunicação do SINDJUSTIÇA | Ampli Comunicação (com CCS do TJGO)
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