A CASA DO SERVIDOR DA JUSTIÇA

“A pessoa gorda é frequentemente invisibilizada”, diz nutricionista em palestra sobre gordofobia

O SINDJUSTIÇA promoveu, no sábado (20/05), o terceiro evento da campanha REAJA!, dessa vez para debater o tema gordofobia, que direciona as atividades do projeto neste mês de maio. Para tanto, convidou a nutricionista especialista em transtornos alimentares Gabriella Santana para falar sobre o assunto. O debate foi mediado pelo Servidor Filiado Norval Berbari. Para quem não pode acompanhar, é possível assistir a palestra quando quiser no canal do Sindicato no YouTube.

Para assistir, clique aqui.

Gabriella Santana compartilhou com a plateia presente e também on-line um exercício feito por ela um dia antes do evento. A nutricionista digitou no buscador mais utilizado na internet, o Google, imagens de pessoas com câncer e de pessoas com obesidade, inclusive crianças. No primeiro caso, as pessoas têm rostos vivos, são solares, estão sorrindo e parecem bem cuidadas. No segundo, as pessoas não têm cabeça, não tem rosto, aparecem deitadas, comendo e têm o corpo à mostra.

“Essa disparidade na representação reflete o viés gordofóbico que permeia a sociedade e a mídia. As imagens das pessoas obesas são frias, impessoais, porque nós não nos conectamos com quem tem o corpo gordo. Pelo contrário: nós sequer queremos olhar para quem é gordo. Essas pessoas são frequentemente invisibilizadas, desumanizadas em todos os seus espaços de convivência, seja na família, no trabalho, entre os amigos, na academia”, destaca Gabriella.

Em sua palestra, a nutricionista chamou a atenção para os comportamentos e falas gordofóbicas que permeiam nossa convivência no dia a dia. E propôs um exercício. “Nos próximos sete dias, busque não tecer comentários sobre o corpo de ninguém. Todos nós somos gordofóbicos e nossos comentários e gestos geram sofrimento em quem tem o corpo gordo”, disse. “Não raro, dizemos: ‘Você tem um rosto tão bonito. Só falta emagrecer’; ‘Vai ter coragem de usar esse biquíni?’”, exemplificou Norval sobre falas que denotam comportamento preconceituoso quando ditas a pessoas gordas.

Fator gênero
Norval também fez uma provocação à nutricionista ao mencionar o quanto as mulheres são mais vítimas do olhar gordofóbico que os homens. Gabriella Santana concorda. “Trata-se de um comportamento enraizado em nossa cultura. A objetificação do corpo da mulher acontece desde sempre. É quase um corpo que não pode existir. As pessoas comentam o corpo da mulher como se ele fosse um corpo público”, citou. “Quantos homens você conhece que fazem dieta como padrão alimentar; sentem culpa ao comer; ou fizeram procedimentos cirúrgicos para emagrecer?”, questionou, constatando que esse é um padrão de comportamento esperado das mulheres.

Como orientação, a nutricionista Gabriella Santana deixou claro que gordura não é sinônimo de doença. “O conceito de saúde é multifatorial e envolve aspectos físicos, sociais e emocionais. Uma pessoa pode ter um corpo gordo e ter seus exames em dia; se alimentar de forma variada; fazer atividade física regularmente; manter uma vida social ativa e estar com o emocional equilibrado. Ou seja, ela pode ser gorda e saudável”, explicou. 


Fonte: Assessoria de Comunicação do SINDJUSTIÇA | Ampli Comunicação
Wildcard SSL Certificates