“O Poder Judiciário de Goiás não escapa à crise. Fornecedores estão com recebimento em atraso. Está faltando canela para o leite servido nos gabinetes. Juízes e desembargadores estão preocupados com as contas que estão sendo examinadas pelo Tribunal de Contas do Estado. Uma coisa é certa: rigoroso, o presidente do Tribunal de Justiça, Vítor Lenza, vai pôr as contas em ordem. A nota, que saiu na coluna Bastidores do Jornal Opção (Edição 1869), foi motivo de tenso pronunciamento feito hoje, 11, pelo desembargador Paulo Teles, ex-presidente do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ).
Antes de ler a nota, cujo título é “Judiciário, Teles menciona ter viabilizado uma ação por dano moral à jornalista de “O Popular” que noticiou que o Ministério Público de Goiás teria instaurado uma ação por improbidade administrativa contra o desembargador em razão da publicação de um livro histórico do Judiciário. O desembargador afirma que pediu averiguação sobre o caso e que o próprio MP afirma que não há qualquer tipo de ação com relação a este assunto.
Teles afirma que tem se defendido, reformula a palavra e diz que não se defende uma vez que não cometeu crime algum, mas que tem dado explicações por ser uma figura e um servidor público. O Jornal Opção, pela ordem cronológica da fala, emerge na fala de Teles. “Acredito que não tenha sido vossa excelência a autorizar, conceder ou criar essa notícia. Entretanto a notícia existe, afirma. O desembargador cita a carta que encaminhou ao Jornal Opção dando suas explicações.
A fala, segundo o Paulo, não se trata de um pedido de ajuda ao colegiado, nem sugestão. “Eu faço apenas um alerta, porque eu acredito que, se um desembargador é atingido em sua honra, todo colegiado passa a ser alvo das maledicências daqueles que não têm coragem de falar em público nos jornais ou na televisão, de escrever o que pensam e o que sentem, e se valem do anonimato como se esse lhes desse a eternidade.”
O desembargador diz que as notícias referentes às contas do TJ seriam de interesse da atual presidência, que já está em seu quinto mês. Teles afirma que se a referência foi às contas de sua gestão, houve um equívoco. Ele solicitou ao presidente do TJ, Vítor Lenza, que convocasse uma coletiva de imprensa para que “diga tudo o que pensa de minha administração e da minha pessoa, não faça através de anonimato nem determine que subordinado seu faça. Teles deu como alternativa “debater em uma mesa redonda em público essas questões que estão sendo mal contadas, que estão causando inquietação.
Teles afirma que não é homem de apanhar calado, assim como Vítor Lenza, e o convida para o debate “ao nível da educação, da boa convivência e da civilidade. O presidente do TJ responde Paulo Teles e diz que “jamais citei vossa excelência. Teles retruca e frisa: “Mas as contas são minhas.
“Faça as interpretações que quiser, jamais citei, jamais citarei vossa excelência, assevera Lenza. Teles dá a última palavra e sugere que o presidente não tem razões para citar. Ao sair da sala 200, os corredores cheiravam a canela.
