Como identificar casos de assédio no Trabalho? O que fazer caso testemunhe a prática de assédio contra um colega? Existe assédio horizontal? Como acolher uma vítima e onde buscar acolhimento e assistência? Estamos avançando na compreensão do que é assédio bem como em formas de combate a essa prática criminosa?
Essas e outras questões foram levantadas por Servidores que participaram nesta quinta-feira (10/10) do Seminário Saúde do Servidor: Aspectos Mentais e Físicos, evento da campanha REAJA!, desenvolvida pelo SINDJUSTIÇA. O seminário foi realizado no auditório do TJGO e contou com uma plateia atenta e participativa, presencial e virtualmente, durante transmissão da live pelo YouTube.
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Mediado pelo Servidor e ex-diretor do SINDJUSTIÇA, Otto Maia, o debate contou com as presenças do Juiz Gustavo Baratella, membro da Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral e Sexual do Primeiro Grau do TJGO; o médico Paulo Henrique Fernandes Sardeiro, Diretor do Centro de Saúde do TJ; e a psicóloga Cida Alves, Doutora em Educação. Os convidados contribuíram com as discussões refletindo sobre diferentes aspectos da prática do assédio moral e sexual no trabalho.
Sociedade adoecedora
“Este é um tema muito sério e caro a todos nós. Vivemos em uma sociedade adoecedora e violenta. Queremos propor uma cultura da saúde, da comunicação não-violenta e do acolhimento. Sabemos que reagir a essas violências não é fácil, mas é essencial encorajar as pessoas a buscar apoio, seja por meio da Ouvidoria do Tribunal, do Departamento Jurídico do Sindicato ou das comissões de combate ao assédio”, disse Otto Maia. Segundo ele, as discussão trouxeram novas ferramentas para o enfrentamento do assédio.
O Presidente do SINDJUSTIÇA, Fabrício Duarte, abriu o seminário e destacou a amplitude da campanha REAJA!, que está em seu segundo ano de atividades. “O assédio é um tema abrangente e profundo. Não podemos limitar essa discussão ao nosso ambiente de trabalho. O assédio é um problema social. Estamos fazendo nossa parte, trazendo orientação sobre como reagir, e essa campanha vai além dos muros do Tribunal de Justiça.”
Convidada para o debate, a psicóloga e ativista Cida Alves abordou os impactos físicos e psíquicos do assédio no trabalho, como auxiliar as vítimas, as questões de gênero relacionadas ao assédio e a importância de levar o debate para dentro do Judiciário. “A ansiedade causada pelo assédio deixa a vítima em constante estado de alerta, o que é adoecedor. É importante que ela entenda que a culpa não é dela. E para quem testemunha, a responsabilidade é intervir junto ao agressor, ouvir e fortalecer a vítima para que consiga fazer a denúncia quando se sentir encorajada e fortalecida.”
Acolhimento
O médico Paulo Henrique Fernandes ressaltou que o Centro de Saúde do TJGO é um dos canais de acolhimento para denúncias de assédio no Judiciário. “Muitos servidores que nos procuram já apresentam sintomas de depressão, ansiedade ou Burnout. Nosso papel é acolher e encaminhar para atendimento médico especializado, quando necessário”, afirmou Paulo, lembrando que a maior missão do serviço é o atendimento ao próximo.
O Juiz Gustavo Baratella destacou o compromisso do TJGO com o enfrentamento ao assédio e a discriminação, seguindo as resoluções do CNJ. “As comissões de combate ao assédio moral e sexual buscam garantir dignidade no ambiente de trabalho, tocando em áreas que, até então, não eram abordadas.”
Todos os participantes do evento receberão certificado de 4 horas da Escola Judicial do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (Ejug), reforçando a importância da capacitação contínua sobre temas tão relevantes para o bem-estar dos Servidores.
Os Servidores que registraram suas presenças junto à Ejug para a emissão do certificado estão concorrendo a prêmios oferecidos por dois dos parceiros do Sindicato: o Instituto Goiano de Direito e a Academia Panobianco.