O SINDJUSTIÇA discute neste mês de novembro, dentro da campanha REAJA! o combate ao racismo, alinhado ao Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20/11, e ao compromisso institucional de promover um ambiente de trabalho ético, plural e verdadeiramente democrático.
Assista ao videocast na íntegra.
O tema escolhido para esta edição é “Racismo no Ambiente de Trabalho e o Papel das Instituições Públicas”. Ele aprofunda a discussão sobre como o racismo se manifesta de forma estrutural no serviço público, especialmente no Judiciário, e aborda também a necessidade de refletir sobre a branquitude como elemento central na manutenção e na possível transformação dessas estruturas.
“Falar sobre racismo no serviço público não significa apontar culpados individualmente, mas compreender como práticas e padrões institucionais ainda reproduzem desigualdades”, afirma o servidor do Tribunal de Justiça e ativista, Cláudio Pedrosa. Um dos propositores do debate, ele explica que “reconhecer a branquitude não é buscar culpabilização, mas compreender como as instituições foram estruturadas e como determinados grupos foram beneficiados ao longo do tempo.”
Nesta edição do videocast participaram da gravação Christine Ramos Rocha, psicóloga especialista em relações humanas e organizacionais, que discute os impactos emocionais e comportamentais do racismo institucional; Jorge Eremita, servidor do Judiciário e ativista do movimento negro; e Dorivânia Amaral de Oliveira, também servidora do TJGO, que aborda sua vivência como mulher negra no Judiciário e os desafios para a construção de espaços de pertencimento e equidade. A mediação foi da jornalista Bárbara França.
O presidente do SINDJUSTIÇA, Fabrício Duarte, reforça a necessidade de manter essa discussão ativa, sobretudo em um país ainda profundamente marcado por desigualdades raciais. Ele destaca que falar sobre racismo e branquitude no Judiciário é um exercício de responsabilidade institucional e de compromisso com a democracia.
Desigualdade histórica
Para ilustrar como essa pauta continua urgente, ele lembra que somente em 2024 a Academia Brasileira de Letras elegeu, pela primeira vez, uma escritora negra — Ana Maria Gonçalves — após 127 anos de existência, demonstrando como os espaços de maior prestígio e decisão ainda são ocupados, majoritariamente, por pessoas brancas.
No último dia 11, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou uma nova resolução que eleva a reserva mínima de cotas raciais nos concursos do Judiciário de 20% para 30%. A medida passa a incluir não apenas pessoas pretas e pardas, mas também indígenas e quilombolas, com critérios rigorosos para confirmação da autodeclaração, como participação de comissões de heteroidentificação e verificação com membros dessas comunidades. A resolução também prevê regras para a redistribuição de vagas não preenchidas e estabelece um cronograma para reavaliação da política a cada cinco e dez anos.
A campanha REAJA! segue como um importante instrumento de reflexão e ação, reafirmando o papel do sindicato na promoção de uma cultura organizacional baseada na equidade e no respeito.









