Para fechar a campanha REAJA! em 2024, o SINDJUSTIÇA traz o combate ao racismo como tema central. O foco será o debate das desigualdades raciais presentes no mercado de trabalho brasileiro.
Dados alarmantes ressaltam a urgência dessa discussão: segundo o levantamento O Custo Salarial da Desigualdade Racial, lançado recentemente pelo Núcleo de Estudos Raciais do Insper (NERI), trabalhadores negros e negras deixam de receber cerca de R$ 103 bilhões por mês em razão da desigualdade racial, sendo R$ 14 bilhões desse valor atribuídos exclusivamente ao racismo.
Ao longo do mês, o SINDJUSTIÇA disponibilizará conteúdo sobre o tema nas redes sociais. Um videocast abordando o racismo no ambiente de trabalho, com a participação de especialistas qcom visões e experiências compartilhadas, já está disponível nos canais do SINDJUSTIÇA no YouTube e no Spotify.
O debate contou com a presença de Janira Sodré, professora e pesquisadora, doutoranda em História pela Universidade de Brasília e membro da Rede Latino-americana de Feminismos de Terreiros e da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros e Negras. Junto a ela, Jhonatan Xavier, historiador, líder comunitário e CEO da Xavier Consultoria e Marketing, que abordou sya perspectiva como membro de uma comunidade quilombola e defensor dos direitos das comunidades negras. Eliane Moreira, jornalista e repórter da TV Anhanguera, também contribuiu com sua experiência de mais de 14 anos no combate ao racismo por meio da comunicação. A mediação foi de Kamilla dos Santos da Silva, Servidora do Judiciário.
“O racismo institucional é uma manifestação de racismo estrutural, refletida nas desigualdades de oportunidades, promoções, salários e no tratamento diferenciado entre trabalhadores. Assim, abordar o racismo no mercado de trabalho — especialmente no Judiciário — é um passo fundamental para promover uma justiça mais humana, igualitária e congruente aos valores democráticos e constitucionais”, explica Kamilla, que é também uma das precursoras da campanha REAJA!
Para a professora Janira Sodré, o trabalho no Brasil é estruturado tomando como eixo central a seletividade racial. “O que define emprego (ou a falta dele) e renda toma por base o indicador de raça e gênero. Por este motivo, é possível utilizar a variável raça social para analisar as desigualdades no mundo do trabalho no país. Deste modo, para todas as pessoas que se interessam pelo mundo do trabalho e pela classe trabalhadora, é central e sensível abordar a correlação raça e trabalho e pensar o antirracismo no mundo do trabalho.”
A campanha REAJA! visa promover conscientização e estimular a reflexão sobre o racismo em suas diversas formas, incluindo a realidade de desigualdades salariais, subrrepresentação em cargos de liderança e condições de trabalho precarizadas enfrentadas por trabalhadores negros e negras.