Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga. Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga.
VIDAS QUE INSPIRAM

Socorro Melo e o poder de sempre se reinventar

Com voz firme e sorriso largo, Maria Perpétuo do Socorro Fernandes Melo — ou simplesmente Socorro, como todos a conhecem — é uma figura potente da Comarca de São Domingos (GO). Aos 72 anos, ela mostra que nunca é tarde para se reinventar. Socorro é a segunda Filiada entrevistada pelo SINDJUSTIÇA para a série “Vidas que Inspiram”.

Nascida em Barra do Corda, no cerrado maranhense, foi uma das nove filhas de um casal de lavradores. Desde cedo, acreditava que o estudo era o caminho para dias melhores. Na sua cidade, o ensino só ia até o ginásio, por isso os pais a autorizaram a se mudar para Brasília, onde moraria com uma tia, trabalharia como empregada doméstica e poderia estudar — uma história comum, mas profundamente brasileira.

Na década de 1970, a família inteira também migrou para a capital em busca de oportunidades. O pai trabalhou como faxineiro, no aeroporto e no Banco do Brasil. Inspirada por ele e motivada pelo desejo de ajudar, Socorro estudou e conquistou seu lugar no serviço público: passou no concurso do BNH, que mais tarde virou Caixa Econômica Federal.

Ali, conheceu o sindicalismo, um universo onde entendeu o poder da união entre trabalhadores. Ao longo da carreira, também atuou no Ministério das Relações Exteriores e no Ministério Público de Goiás, onde ajudou a fundar o sindicato dos servidores e se aproximou do SINDJUSTIÇA.

Mas foi há 20 anos, já com 52, que ela iniciou o que chama de seu “último desafio profissional”: entrou no Judiciário goiano como escrivã, hoje analista judiciária. Formou-se em Gestão Pública, e atualmente é chefe da Vara Criminal e das Fazendas Públicas, liderando uma equipe de dez pessoas.

“Daqui só saio com a PEC da Bengala”, brinca Socorro, que vê no trabalho um pilar tanto financeiro quanto emocional. Já passou pelos Juizados Cível e Criminal da comarca e, ao longo da sua trajetória, esteve sempre atuante como conselheira ou delegada sindical. “A gente luta pelos filiados e pelos outros também”, afirma.

Na vida pessoal, Socorro encontrou paz em São Domingos, após viver nas grandes capitais. Viúva, mãe de três filhos, Hugo, Georgia e Igor, ela se orgulha de vê-los adultos e independentes. Dois seguiram seus passos e atuam no Judiciário em Brasília; o mais velho é empresário em uma cidade vizinha.

Aos 72, com energia de sobra, Socorro prova que é possível (e necessário) recomeçar. E quem duvida que ela ainda tem muitas histórias para contar?

Assessoria de Comunicação do SINDJUSTIÇA | Ampli Comunicação