A CASA DO SERVIDOR DA JUSTIÇA

Debate sobre intolerância religiosa reúne representantes de diferentes crenças

A manhã de domingo no Clube Recreativo do SINDJUSTIÇA foi marcada pela primeira atividade do Sindicato com o tema de abril da campanha REAJA!. Representantes de diferentes crenças se reuniram para uma Reunião Ecumênica e debate sobre intolerância religiosa.

Assista à íntegra do debate no canal do SINDJUSTIÇA no YouTube. Clique aqui.

Confira fotos do evento.

O professor Leonardo Silva, analista judiciário do TJGO, foi o responsável por mediar o debate, que contou com as presenças de representantes do catolicismo, protestantismo, espiritismo, budismo, judaísmo e do Candomblé. “Quando falamos em fé, em crença, a gente está falando de algo sublime. E hoje, temos a felicidade de nos reunirmos para falar de religião”, disse Leonardo ao abrir o debate.

O coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da PUC Goiás, o Doutor Clóvis Ecco, foi um dos convidados pelo SINDJUSTIÇA para atuar como facilitador do debate sobre intolerância religiosa, tema que é objeto de suas pesquisas. “O primeiro passo de uma manifestação de intolerância religiosa é desumanizar quem eu estou a agredir, ofender. Porém, é importante dizer que pela própria religião podemos combater e superar a intolerância”, ensina.

Valdir Santana de Oliveira, Servidor aposentado do TJGO, católico, dedicou-se, por 11 anos, aos cuidados com a Capela do Tribunal. Valdir diz ter testemunhado muitas manifestações de intolerância em torno daquele ambiente. “O que eu mais admiro em todas as religiões é a liberdade. Deus nos deixa livres para fazer nossas escolhas. O fanatismo é que é o problema”, disse, parabenizando a iniciativa do Sindicato em promover o debate sobre o tema.

A sacerdotisa do Candomblé Orixá Maria Luiza Da Silva contou aos presentes como foi a sua experiência na descoberta da sua fé. “Enfrentei preconceito dentro da minha própria família, mas com o tempo, todos foram aceitando minha escolha e muitos estão juntos comigo hoje”, afirma. “Todas as religiões têm que ser respeitadas. E o que é importante é promover conhecimento, informação. Como se pode julgar algo que não se conhece?”, questionou a representante da manifestação religiosa de matriz africana, a mais discriminada no País.

“O trabalho que o SINDJUSTIÇA fará ao longo de todo esse ano me encantou. Porque o que de fato leva à intolerância é o desconhecimento e o fanatismo. E o que vocês estão propondo é justamente disseminar informação, abrir o diálogo entre todos nós”, disse Luciana Alves, que é coordenadora Estadual da Área da Família da Federação Espírita de Goiás e trabalhadora do Grupo Espírita Mensageiros da Luz. “As nossas crenças são fundamentadas primeiramente na família. Dentro de casa a gente começa a construir conceitos e preconceitos. Daí a importância de ensinarmos as crianças de hoje o respeito a todas as pessoas, independente de sua religião”, completa.

Paulo Luiz Nogueira, budista praticante por mais de 30 anos, vem de uma família evangélica. Porém, as suas buscas por encontrar um ambiente para professar a sua fé se iniciaram ainda quando era criança. E foi no budismo que encontrou o que buscava. “O budismo prega a compaixão, para consigo mesmo e para com o outro. E alcançamos isso por meio da meditação”, contou.

Wilson Gamboge Júnior, servidor do Tribunal Regional Eleitoral e representante, no debate, da comunidade evangélica, apresentou aos convidados o mapa da perseguição aos cristãos no mundo. Os dados mostram que em cada sete cristãos, pelo menos três sofrem algum tipo de perseguição. No ano passado, 360 milhões de cristãos sofreram algum tipo de perseguição violenta no mundo. Os grupos protestantes só perdem para as religiões de matriz africana como alvos de intolerância religiosa. “Precisamos conhecer o tema para além do nosso próprio mundo. E o que estamos realizando hoje é importantíssimo. Em tantos lugares no mundo isso sequer é possível”, afirma.

O representante da comunidade judaica no debate de ontem, Max Machado, fez um resgate histórico da filosofia de vida dos judeus, de como a perseguição está ligada à religião monoteísta. “O povo judeu, ao longo de muitos anos, foi muito perseguido e expulso de sua terra simplesmente por serem judeus. Existe muito preconceito e muito antissemitismo no mundo.”

Para quem tem interesse em estudar o tema, a PUC Goiás tem mestrados e doutorados em Ciências da Religião que são referências no Brasil. Há, também, a oferta de bolsas para os cursos da área. Para se informar sobre o programa, só clicar aqui. Para contato com o professor Clóvis Ecco, o e-mail é clovis@pucgoias.edu.br.

Professor Leonardo convidou os presentes a se darem os braços, ao final do evento, invocando a parte mais sublime dentro do que cada um acredita e tem como profissão de fé. “A fé é a certeza em algo e a ausência de dúvida. Antes de professarmos a nossa fé, temos que ter certeza do que acreditamos. Que a nossa espiritualidade nos conduza ao real sentido da vida. Se não formos luz na nossa vida e na vida do próximo, a gente não consegue atingir o princípio básico que qualquer religião pode trazer, que é amar o próximo como a si mesmo”, destacou, desejando que o respeito a todas as religiões e denominações esteja presente em todos os ambientes que frequentamos.


Fonte: Assesssoria de Comunicação do SINDJUSTIÇA | Ampli Comunicação
Wildcard SSL Certificates