Publicado hoje (17/03) no jornal O Popular artigo de opinião do presidente Fabrício Duarte sobre a campanha Reaja!, que teve início neste mês e se estenderá por todo o ano. A campanha abordará as várias formas de abuso, preconceito, discriminação e assédio existentes na sociedade, tendo como público-alvo todos os Servidores do Poder Judiciário.
Leia abaixo o artigo na íntegra. Acompanhe em nossas redes sociais tudo sobre a campanha Reaja!.
Reagir: um dever de todos nós!
Gostamos tanto de pensar que o Brasil é o país da alegria, um dos destinos preferidos dos turistas em todo mundo, o lugar onde até Deus poderia ter nascido, tamanhas as belezas naturais. Mas se olharmos no espelho, esta face bonita acaba sendo manchada pelo preconceito. Sim, somos uma das nações do Ocidente mais preconceituosas. E é difícil encarar este fardo.
São várias as caras do preconceito: questões de gênero, misoginia, intolerância religiosa, racismo, LGBTfobia, gordofobia, capacitismo, etarismo, assédios moral, sexual e laboral e tantas outras formas de diminuir uma outra pessoa pelas suas características, crenças e histórias.
Na Justiça, como em qualquer outro espaço da nossa sociedade, esta realidade não é diferente e atinge diretamente os servidores deste sistema e também a comunidade atendida. É preciso falar abertamente sobre isso para enfrentar os desafios e acolher as dificuldades de viver em um ambiente nem sempre aberto à diversidade.
Não estamos falando de um ambiente isolado, mas de um reflexo claro da nossa sociedade como um todo. No Brasil, pesquisa do Datafolha mostra que 30% da população relata já ter sofrido algum tipo de preconceito, seja racial, de gênero, pela orientação sexual, classe social, religião e outros.
Talvez o dado nem traga toda a carga do preconceito vivido por nós brasileiros, isso porque muitos de nós nem reconhecemos determinadas situações como preconceituosas. Naturalizamos falas e ações violentas e discriminatórias como normais.
Dito isso, quem nunca se sentiu discriminado no trabalho, na escola ou em outro ambiente social? De diferentes formas, somos julgados por aparência, origem, crença e modo de vida. E para quebrar este ciclo que coloca em cheque nossa ideia de um Brasil democrático, acolhedor e diverso, precisamos começar em nós.
O Sindjustiça, que representa mais de 5 mil trabalhadores da Justiça goiana, realiza a campanha “REAJA!” em todo o ambiente do Tribunal de Justiça de Goiás para discutir esses temas ligados ao preconceito e a discriminação em suas mais variadas formas.
Nesta lista de formas de discriminação, temos vítimas e algozes e acreditamos juntos podemos mudar isso. Ampliar a escuta, observar as reações e instrumentalizar mudanças de comportamento. Temos que reagir ao preconceito, saber das nossas limitações e lutar para entender como nos tornarmos mais empáticos e respeitosos com quem é diferente.
Reagir é um dever, mas também é uma escolha. Pra quem é vítima, é a única saída para se defender de situações que são pautadas por violência e sofrimento. E para quem é algoz, Reagir é a única maneira de mudar, é refletir sobre o próprio comportamento e se comprometer com o respeito ao próximo.
E sabendo que nesse espelho que nos olhamos somos vítimas e algozes, convidamos todos a reagir.
Fabrício Duarte, presidente do Sindjustiça
