Eva Vilma Carolino
Os bordados em ponto cruz e o crochê foram verdadeiros remédios que ajudaram a servidora da comarca de Formosa, Eva Vilma Carolino, de 38 anos, em uma etapa difícil da sua vida. Eva Vilma é filiada ao Sindicato dos Servidores e Serventuários da Justiça (SINDJUSTIÇA), atua como escrevente na 1ª Vara Cível da Infância e Juventude da comarca e é a nossa nova personagem da série Quem Somos Nós.
Em 2007, a servidora sofreu com uma depressão profunda e precisou tirar licença do trabalho para se tratar em Goiânia. Entre os tratamentos prescritos pela médica estava a escolha de um tipo de terapia ocupacional. Foi aí que ela começou a bordar.
Conforme conta Eva, quando adolescente ela já havia se interessado pelo bordado e chegou a aprender um pouco sobre a técnica. “Acabei deixando de bordar porque não tinha tempo. Só voltei a fazer quando fiquei doente e minha médica me aconselhou a praticar uma atividade que me deixasse ocupada e ativasse a minha concentração”, lembra.
Após passar pela fase mais delicada da depressão, Eva Vilma decidiu que iria fazer bordados e crochê. Para aprender o artesanato, ela passou a assistir vídeos na internet para treinar a técnica. “Fui desenvolvendo e melhorando a cada dia, e os trabalhos manuais ajudaram muito na minha recuperação”, conta.
A servidora e artesã diz ter preferência por temas infantis na hora de fazer o ponto cruz. Almofadas, fraldas e toalhas nas mãos de Eva Vilma ficam alegres e coloridas e encantam as crianças da família. Já o crochê, ela usa para fazer tapetes e jogos de banheiro, que muitas vezes têm o formato de bichos. “Não vendo as minhas peças. Faço e dou de presente. As crianças adoram e eu fico satisfeita, porque faço coisas bonitas como terapia”, declara.
Agora, Eva Vilma está trabalhando em um jogo de toalhas com a turma do personagem Chaves que uma sobrinha lhe pediu. “Os bordados e o crochê sempre foram calmantes pra mim, é muito bom para a concentração. Fico feliz a cada peça que termino. Olho pra elas e penso: fui eu mesma quem fez!”, destaca.
A rotina da servidora não é nada fácil. Todos os dias ela acorda cedo e faz todos os serviços da casa. Prepara o almoço para levar para o trabalho no fórum, onde entra às 11 horas. À noite, depois que chega em casa, é hora de cuidar dos trabalhos manuais. “Hoje pego nos meus bordados todos os dias, nem que seja só um pouco”, diz.
Em 1994, o Sistema Nacional de Empregos (Sine) de Formosa realizou processo para selecionar um escrivão para o cartório da cidade, localizado dentro do fórum. Eva passou no teste e trabalhou no local durante dez anos. “Quando o dono do cartório se aposentou, tive de deixar o emprego. Mais tarde, um juiz que me conhecia me chamou para trabalhar no fórum por meio de contrato, e eu fui”, relata. Neste período, a servidora começou a estudar para o concurso para escrevente. “Passei no concurso, tomei posse em 2005 e estou lá até hoje”, completa.
Filiada ao SINDJUSTIÇA, Eva afirma que o sindicato é muito importante na vida do servidor, pois proporciona respaldo e apoio. “Precisamos de alguém que lute por nós. O delegado da nossa comarca é bem atuante e isso nos dá segurança”, fala.
