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Servidores do Judiciário goiano vivenciam momento histórico na carreira

“A gente tem que lembrar o seguinte: com o respeito se conquista. Sem respeito nada vem, só fica o ódio e o ódio fecha porta. Nunca na nossa história tivemos acesso ou direito de palavra numa Corte Especial. E tivemos por quê? Porque somos educados. E assim vamos continuar até chegarmos ao ponto de não ter que fazer isso aqui mais.” A presidente do Sindjustiça demonstrou como foi a linha das ações da entidade e deu tom do que seria a concentração dos servidores no hall de acesso ao gabinete da presidência do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), na tarde da última quarta-feira, 14 de junho, minutos antes da reunião entre o presidente do TJGO, desembargador Leobino Valente Chaves e o governador Marconi Perillo, no salão nobre da Presidência.

Não se sabia ao certo se o Plano de Carreira entraria na pauta daquela reunião. Pelos corredores, a dúvida pairava nos pensamentos,  nas palavras e ações dos servidores que indagavam os representantes do sindicato a todo momento. Um misto de incerteza, esperança e confiança motivaram os servidores a esperar por mais de duas horas pela presença de Marconi Perillo. E no momento de sua chegada, ao cumprimentar os servidores, o  governador respondeu à presidente do Sindjustiça que não poderia cometer nenhuma ingerência, mas que conversaria com o presidente do TJGO sobre o assunto. Mesmo com a incerteza da conquista, mais de 50 servidores vestiram a camiseta com inscrições que remetiam à valorização da categoria e, unidos, aguardaram pelo chamado do governador para acompanharem o exato momento da assinatura da minuta do autógrafo de Lei nº 127/2012, que sancionou o plano de reestruturação da carreira dos servidores do Poder Judiciário Goiano.

Exemplo

O servidor aposentado Marlen Antônio de Oliveira e a esposa Mirna Clélia Amaral de Oliveira (foto), que não é servidora mas acompanha o marido que teve um problema de saúde e hoje tem dificuldade com a fala e anda em uma cadeira de rodas, também vestiram a camisa e se juntaram à concentração. “Nós nunca deixamos de acompanhar o movimento. Somos firmes”, contou a esposa, recebendo aceno positivo de Marlen que aguardou a sanção do governador junto com os colegas.

 

Persistência

A escrivã judiciária, Isabel Patrícia de Paula, servidora há três anos e cinco meses,  disse que vem participando ativamente da luta pelos direitos da categoria desde que tomou posse. “Desde que entrei, em janeiro de 2009,  já aguardava por este momento. Se a sensação é de vitória e de valorização pra mim, imagina pra quem está aguardando há 20 anos?”, perguntou a servidora, que acredita que  foi por conta do movimento de greve  e da união dos servidores que conquistaram o sonho da carreira única.

 

Coragem

62 anos de idade, 22 anos de trabalho e muita alegria. Esse é Givaldo da Silva, que ocupa o cargo de auxiliar de serviços diversos. Ele é o tipo de servidor que gosta realmente do que faz e sempre foi atuante nos movimentos de valorização da categoria. “Eu sou muito cheio de expectativa e não penso negativo. Todos os dias, às 5h30 da manhã, já estou no tribunal. Não é só porque faço trabalho de serviços diversos que tenho que fazer de qualquer jeito. A gente tem que se dedicar com carinho e amor ao que faz”, declarou o servidor que se considera um brincalhão “com respeito”, como disse, e que gosta de todo mundo.  “Me cortaram 19 dias durante a última greve, mas não desisti e continuei no movimento”, confessou o servidor que no próximo dia 20 completa 35 anos de serviços prestados e não vai se aposentar. A justificativa: “gosto do que faço”. Givaldo também não titubeou no desabafo . “Acho que falta um pouco de união entre a gente. Se formos mais unidos conseguiremos muito mais.”

Sanção

De início, apenas alguns representantes acompanhariam a reunião no salão nobre da presidência do TJGO. Ao contrário do que esperavam, todos os servidores que compareceram à concentração participaram da assinatura do documento que torna lei o PCS. A reunião foi breve e objetiva. Para o presidente do TJGO, desembargador Leobino Valente Chaves, a visita de Marconi Perillo foi, em suas palavras, um presente para a magistratura. “Uma atitude de alta deferência que o governador está tendo, não necessariamente para comigo, mas principalmente para os funcionários do Judiciário”, destacou o desembargador-presidente.

O governador se mostrou bem à vontade com os servidores durante o encontro. Marconi reconheceu que o apoio da categoria foi fundamental em todos os seus mandatos e que agora estava retribuindo a confiança e honrando o compromisso assumido com a classe. “Eu fiquei sabendo hoje, pelo deputado Vilmar Rocha, que o projeto estava na Casa Civil. O tema foi analisado com muita responsabilidade e franqueza com o tribunal, os dirigentes do Sindjustiça e os servidores, e ele não poderia ser viabilizado se não se enquadrasse à  Lei de Responsabilidade Fiscal. E logo que soube que era possível, quis vir aqui compartilhar este momento com todos”, declarou Marconi, que em seguida assinou o documento que unifica o quadro de pessoal do Poder Judiciário goiano.

Conquista

“Valeu a pena a nossa luta”, desabafou com um sorriso no rosto e com a sensação de alívio o 1º vice-presidente do Sindjustiça, Fábio Queiroz, logo após a sanção da Lei. “Agora é lutar pelos nossos benefícios”, completou.

O mesmo sentimento e visão foram apresentados por Rosângela Alencar aos servidores antes mesmo da assinatura do documento, ainda na concentração. “Não seremos mais ‘A, B e C’. Seremos ‘A’. Nosso trabalho não parou e os próximos passos são os auxílios alimentação, transporte e saúde. Além disso, já para o ano que vem, vamos pedir o reajuste porque isso aqui não é aumento; é nivelamento, é um plano de carreira”, pontuou a presidente que, no segundo ano de gestão do seu segundo mandato, depois de momentos dificílimos em 32 anos de carreira, liderou o movimento que resultou na conquista do Plano de Carreira e recebe agora o reconhecimento da categoria.

Para os servidores e serventuários da Justiça goiana, o dia 14 de junho de 2012 se tornou uma data histórica em que o PCS deixa de ser sonho. Agora é lei.


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