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ARTIGO: promessa é coisa séria, de fabiana pulcinelli publicado no popular de hoje

Artigo da jornalista Fabiana Pulcinelli, publicado no jornal O Popular de hoje, cobra responsabilidade ao governador de Goiás que deixou de cumprir as “promessas” feitas para 2011, como segue abaixo transcrito. (comunicação sindjustiça – norval barbosa)


INFORMATIVO: 02 Jan 2012


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Promessa é coisa séria

Fabiana Pulcinelli – fabiana.pulcinelli@ojc.com.br

Em todas as entrevistas que concedeu na despedida do ano, o governador
Marconi Perillo (PSDB) repetiu que 2011 foi o ano da superação,
destinado a buscar o equilíbrio das contas, iniciar projetos e resolver
gargalos do Estado. Embora haja divergências sobre números, é fato que o
governo recebeu restos a pagar e a folha do funcionalismo em atraso.
Além disso, a Celg, diante do acordo rejeitado por Marconi no ano
passado, se manteve ao longo do ano pagando apenas parcialmente o ICMS
ao Estado.

Um equívoco do governo em 2011, no entanto, foi reforçar promessas e
renovar compromissos que, ao final, não foram cumpridos. Na ânsia de
mostrar resultados, já que a cobrança era – e ainda é – enorme, o
governo explorou eventos de lançamento de programas e projetos que não
foram implantados e anunciou datas ou cronogramas para ações e obras que
não foram obedecidos.

Algo muito recorrente e negativo na gestão pública no País é essa
prática de fazer promessas unicamente para se livrar das pressões. É
preciso levar mais a sério os compromissos, dar mais valor à palavra.
Por essas e outras que o meio político se torna cada vez mais desgastado
diante da população.

Em uma palestra sobre a rotina de correspondente, um colega jornalista
alemão contou que uma das maiores dificuldades que ele encontrou no
trabalho no Brasil foi a falta de cumprimento de compromissos. Ele se
referiu ao trem-bala entre São Paulo e Rio de Janeiro e os sucessivos
anúncios que não se concretizaram. Isso expõe a falta de planejamento,
organização e trabalho mais técnico.

É certo que a gestão pública enfrenta entraves como burocracia,
processos na Justiça, questionamentos e falta de recursos, mas o
planejamento tem de ser feito justamente levando-se em conta todos os
obstáculos possíveis até que os objetivos sejam alcançados. O governo
estadual teria evitado desgastes se, diante das alegadas dificuldades,
tivesse sido claro sobre o que seria possível fazer e o que não seria
neste ano da “superação”.

Não foi o que ocorreu. Em junho, por exemplo, o governador garantiu que
a construção do Hospital de Urgências da Região Noroeste de Goiânia,
promessa da campanha de 2002, quando o tucano reelegeu-se para o segundo
mandato, começaria em 2011. Segundo ele, o projeto ficaria pronto em
quatro meses e a obra teria início no ano passado. E aí? A crise na
saúde se agravou e o hospital não foi iniciado.

O governo também fez grande evento para lançar o programa Bolsa Futuro,
alardeado como o principal programa da terceira gestão do governador. A
previsão era distribuir a bolsa a 20 mil beneficiários do Renda Cidadã e
do Bolsa Família em 2011, com início das aulas a partir de outubro. A
data foi adiada para novembro e, no fim das contas, as aulas ainda não
começaram.

O programa Passe Livre Estudantil foi anunciado em junho, também em
grande evento, com um auditório cheio e a presença do cantor Gabriel O
Pensador. Ao fim de 2011, não havia ainda previsão de quando os
estudantes terão direito à passagem gratuita.

Obra com grande peso simbólico para o governo, o Centro Cultural Oscar
Niemeyer não teve a reforma e o acabamento finalizados com renovação de
datas ao longo do ano.

Houve ainda anúncio de data-base para os servidores, o que não ocorreu,
e compromisso de convocar concursados, que se concretizou apenas
parcialmente. Entre as promessas cumpridas, o governo tem destacado a
implantação da meritocracia, a compra de novos ônibus no Eixo
Anhanguera, e programas já iniciados, a exemplo do Rodovida.

Para 2012, o governador prometeu iniciar o pagamento da daba-base este
mês e inaugurar três Centros de Recuperação de Dependentes Químicos
(Credeq). São boas notícias, mas precisam ser concretizadas.

Com o acordo da Celg fechado, as contas do Estado em situação melhor e a
declaração do próprio governador de que este ano será muito melhor que
2011, o governo terá plenas condições de cumprir os compromissos.
Bastará estabelecer prioridades e não esquecer a importância de
valorizar promessas feitas.

Um belo 2012

Que o ano eleitoral promova debate de alto nível e aprofundado sobre os
problemas de nossas cidades. E que tenhamos todos sabedoria para
escolher bons candidatos.


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