
Rosângela Alencar, presidente do Sindjustiça, ressaltou a união da categoria e destacou a força do movimento que, ao longo de sua trajetória, ganhou o apoio da população e de entidades ligadas ao Judiciário, a exemplo da Associação dos Magistrados do Estado de Goiás e da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção de Goiás. “Escrevemos mais uma página na história do Judiciário goiano. A decisão da categoria é soberana e deve ser recebida como uma manifestação responsável, madura e, sobretudo, investida de consciência sobre os esforços dispendidos nessa luta”, destacou a presidente.
Rosângela também registrou a importância da representação sindical na condução do movimento grevista, que sempre buscou resguardar a segurança dos servidores que aderiram à luta para reivindicar seus direitos, de forma legal, legítima, organizada e pacífica.
Ao fazer um balanço das ações do Sindjustiça nesse período, a presidente da entidade destacou ainda que o sindicato, formado por seus filiados, deu uma demonstração de maturidade e de democracia. “Um exemplo do caráter democrático do nosso movimento foi a constituição de um comando de greve, formado por servidores da capital e do interior do Estado. O comando, integrado com a direção do Sindjustiça, percorreu conosco todos os caminhos em busca de uma negociação com a administração do TJGO”, frisou Rosângela.
Deliberação dos servidores
A decisão dos servidores pelo fim da greve levou em consideração o cuidado dos servidores em manter o respaldo, o respeito e o fortalecimento conquistados durante o movimento. A voz da categoria mostrou consciência diante das condições atuais e de fatores que poderiam macular a credibilidade da greve.
Dentre esses fatores, observou-se o alerta da Corregedoria-Geral da Justiça sobre possíveis consequências da manutenção do estado de greve, conforme ofício 539/2011 endereçado à presidente do Sindjustiça, no último dia 17. No ofício, a desembargadora-corregedora Beatriz Figueiredo Franco circunstanciou a existência de expedientes protocolados junto àquele órgão correicional, advindos de juízes diretores de foros, noticiando a frustração de atos processuais e o não atendimento à manutenção de percentual mínimo de servidores em atividade, o que poderia comprometer a continuidade dos serviços prestados e, de consequência, a legalidade da greve.
Diante do alerta, servidores atentaram-se para os riscos de uma possível declaração de ilegalidade do movimento, fruto do descuido de uma ou outra comarca, embora a maioria estivesse seguindo as orientações e diretrizes do Sindjustiça, no sentido de cumprir com o que foi objeto da decisão liminar que conferiu o caráter de legalidade do movimento.
A proximidade do recesso forense também foi considerada fator que poderia culminar na desarticulação do movimento, uma vez que a administração do TJGO deixaria de sentir os efeitos do greve.
Outro fator observado pelos servidores foi a falta de interesse da atual gestão do TJGO em uma composição com a categoria, embora o Sindjustiça e o comando de greve que foi constituído tenham esgotado todas as vias nesse sentido. A aposentadoria compulsória do desembargador Lenza, em março próximo, foi considerada um sinalizador de novas possibilidades para um canal de interlocução com a nova gestão que se aproxima. Até lá, o Sindjustiça, mesmo com o fim da greve, dará continuidade às ações e articulações que possam resultar em melhorias para os servidores.
Valorização e apoio
A assembleia realizada nesta segunda-feira contou com a presença do presidente da OAB-GO, Henrique Tibúrcio. Em sua manifestação, Tibúrcio reconheceu, mais uma vez, a legitimidade das reivindicações dos servidores. Acompanhado do advogado Danilo de Freitas, presidente da Comissão de Direito Político daquela entidade, Henrique fez questão de observar que advogados e servidores estão a depender da mesma administração para conseguir uma Justiça mais eficiente. “Os recursos humanos do Tribunal de Justiça são a parte menos valorizada pela administração do Judiciário”, acrescentou o presidente da OAB-GO, reiterando seu apoio aos servidores, inclusive no diálogo com o Poder Executivo, se assim a categoria o desejar.
Serviços
Com a deliberação da categoria pelo fim da greve, os servidores retomam suas atividades nesta terça-feira (22), concentrando esforços para a normalidade dos trabalhos.
O Sindjustiça, através de sua presidente e demais integrantes de sua Diretoria, reitera seu compromisso de luta em defesa da categoria. Cada servidor e servidora é um elo dessa corrente que se mostrou forte e comprometida com a valorização de quem, com sua força de trabalho, serve à sociedade promovendo Justiça.