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Servidora de Valparaíso finaliza campanha sobre oficiais de Justiça

beatrizFirmeza e sensibilidade. É com esta proposta que o Sindicato dos Servidores e Serventuários da Justiça do Estado de Goiás (SINDJUSTIÇA) encerra aqui, no portal, o ciclo de entrevistas realizado com oficiais de Justiça que atuam em diferentes unidades espalhadas pelo Estado. Durante quatro semanas, profissionais lotados em Uruaçu, Anápolis, São Luís de Montes Belos e Goiânia relataram o cotidiano da categoria, cuja atividade é considerada de risco. Promovida pela entidade, a campanha de valorização dos oficiais de Justiça se encerra com a oficiala Beatriz de Fátima Pereira Magalhães, da comarca de Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal (DF). A servidora comenta vantagens, desafios e experiências do trabalho na Justiça estadual.

“Para a Justiça ser cumprida, de certa forma, sempre vai passar pela mão do oficial de Justiça”

Da sala de aula ao cartório judicial. Este foi o caminho traçado por Beatriz. Ex-professora da rede pública municipal, a servidora ingressou no Poder Judiciário goiano em 2001, através de concurso público. A motivação para encarar o certame do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) veio de um amigo oficial, o qual admira pela conduta ilibada. “Naquela época, eu só conhecia o básico do Judiciário. Eu me inspirei nele para escolher a função de oficial de Justiça, porque ele é uma pessoa muito correta e competente”, conta Beatriz. “Eu trabalhava para o município como professora, mas era bem cansativo”, completa. A oficiala considera vantajoso o horário de trabalho cumprido pela categoria. Beatriz assinala preferência pela atividade em razão do trabalho externo, realizado junto a domicílios daquele município goiano.

“A principal vantagem é a autonomia. A gente faz o nosso horário. Apesar disso, temos um norte a seguir, de acordo com o que determina o mandado. O nosso horário é especial. Trabalhamos aos sábados, domingos e feriados, quando é mais fácil encontrar as pessoas em casa. Eu gosto muito desta flexibilidade e, também, de falar com pessoas diferentes. Me atrai muito o fato de estar a cada hora em um lugar. Isto quebra a rotina”, argumenta Beatriz. O cargo de oficial de Justiça guarda riscos, como em outras profissões. Beatriz aponta dificuldades enfrentadas diariamente por estes profissionais da Justiça. “É uma profissão arriscada. E aqui, no Entorno, tem a peculiaridade da carga de trabalho intensa. Nós temos de conviver com riscos, como a exposição ao sol e à chuva, e o risco de lidar com pessoas que têm algum tipo de complicação, como dependência química e transtornos mentais. São estes os riscos quando cumprimos determinações judiciais”, sinaliza.

Casos de agressões verbais, físicas e coercitivas integram relatórios extensos de violências sofridas por oficiais de Justiça. Beatriz relata situação em que foi vítima de cárcere privado. “Eu nunca sofri agressão física. Tem coisa que a gente releva, por saber que vamos passar por situações de risco. Mas teve uma vez, quando fui numa casa intimar o filho de uma senhora, o rapaz, que era dependente de drogas, ficou fora de si e fez a nós duas como reféns. Ele nos trancou dentro da casa”, conta Beatriz. O oficiala de Justiça aponta outra ocasião, de busca e apreensão de menor, na qual teve de enfrentar a ira da mãe do garoto. Beatriz alerta para a falta de assistência policial. Para a servidora pública, o apoio dos militares é fundamental, principalmente, em mandados de expropriação. “O Estado, infelizmente, não tem aparato para disponibilizar uma equipe para ir conosco cumprir estas determinações. Por isso, temos que ir sozinhos, o que é muito arriscado”, frisa a oficiala.

Para Beatriz, o oficial de Justiça pode ser comparado a uma ponte, que liga a decisão do juiz às pessoas envolvidas no processo judicial. “A prestação jurisdicional só vai existir devido à atuação do oficial de Justiça. Para a Justiça ser cumprida, de certa forma, sempre vai passar pela mão do oficial de Justiça. O Poder Judiciário precisa desse profissional”, conclui Beatriz sobre a importância da categoria para execução do serviço prestado pelo Poder Judiciário.

Fonte: Assessoria de Comunicação do SINDJUSTIÇA


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